A Algaroba
(Prosopis
juliflora) foi introduzida no Brasil
há mais de 50 anos, sendo que a sua introdução ocorreu a partir de 1942,
em Serra Talhada, PE, com sementes procedentes de Piura, no Peru. Existem
também registros de duas outras introduções que foram realizadas em Angicos,
RN, em 1946, por meio de sementes oriundas do Peru e, em 1948, com sementes do
Sudão.
A partir daí, sua expansão para os demais estados ocorreu através da regeneração natural e plantios.
A partir daí, sua expansão para os demais estados ocorreu através da regeneração natural e plantios.
A
algaroba é considerada uma árvore de uso múltiplo, sendo seus frutos importante
fonte de carboidratos e proteínas, principalmente para as regiões mais secas.
O
objetivo principal dessa árvore é o de alimentar animais, além de ser utilizada
em reflorestamento, produção de madeira, carvão vegetal, estacas e apicultura.
Uma
das alternativas que se apresenta é a utilização das vagens da algaroba, uma
vez que essa pode substituir o milho parcialmente na formulação de
concentrados, permitindo uma diminuição no custo de produção.
A
produção anual de vagem in natura no nordeste brasileiro pode variar de 0,6 a
1,1 milhão de toneladas, sendo que sua produção se concentra inteiramente nessa
região.
As
vagens possuem cerca de 13 % de proteína bruta e apresentam digestibilidade
acima de 74 %. Para as folhas, que têm baixa palatabilidade, o teor de proteína
é de 18 %, digestibilidade 59 % e tanino 1,9 %.
A
vagem da algaroba é comumente utilizada em pastejo direto pelos animais que tem
acesso a piquetes formados pelas arvores, dessa forma não há um controle eficaz
de quanto é consumido.
Na
forma de farelo, a utilização é recomendada, pois neste processo, além da
incorporação de todos os componentes da vagem (tornando-os mais digeriveis pelo animal - favorece também o controle de
possíveis fatores antinutricionais; reduz-se o ataque de insetos no
armazenamento; agrega-se valor ao produto e eliminam-se os casos de perfuração
intestinal em ruminantes)
O
farelo de vagem de algaroba (FVA) é obtido pela secagem das vagens, a
temperaturas que variam entre 60 e 80ºC, e posterior moagem.
Autores avaliando a
substituição da silagem de capim-elefante pelo farelo da vagem de algaroba
(FVA) na dieta de ovinos Santa Inês adultos, obtiveram os seguintes valores de
consumo de matéria seca com níveis de substituição de 0%, 15%, 30%, e 45%, de
farelo da vagem de algaroba. Pôde-se observar que, à medida que a percentagem
de FVA aumenta, o consumo de matéria seca também aumenta, afetando assim de
forma positiva.
Concluiu-se que a adição de 30 a 45% de FVA na dieta dos animais
pode ser uma alternativa viável nos períodos críticos do ano por não causar a
perda de peso dos animais.
Outro autor avaliou a substituição de farelo de milho/fubá por farelo de algaroba na alimentação de cordeiros mestiços (Dorper x Santa Inês), os resultados foram que em até 30% de substituição do milho não se prejudicou o desempenho dos cordeiros em aspectos qualitativos e quantitativos.
Outro autor avaliou a substituição de farelo de milho/fubá por farelo de algaroba na alimentação de cordeiros mestiços (Dorper x Santa Inês), os resultados foram que em até 30% de substituição do milho não se prejudicou o desempenho dos cordeiros em aspectos qualitativos e quantitativos.
Por tanto, concluímos que a
algaroba, em especial a vagem pode ser usada na alimentação de ovinos e
caprinos, mantendo-se os níveis seguros ela se torna uma excelente fonte de
nutrientes para os animais, podendo substituir grande parte do milho na dieta,
sem perder a qualidade do alimento.
(Referências
= ALMEIDA et al. (2003); SILVA et al., 2002ª; REBOUÇAS 2007; Almeida et al.,2008)