O sistema de pastejo rotacionado
emprega mão de obra mais especializada e com maior eficiência que o
tradicional, tornando competitiva a exploração pecuária em áreas irrigadas. Se adicionarmos,
um sistema de integração sequeiro/irrigação para produção de caprinos e ovinos pode
viabilizar o abate dos animais mais cedo do que no tradicional sistema
extensivo, e também é mais competitivo.
A seguir vamos ver algumas Condições básicas para implantação de pastejo
rotacionado
O
uso do sistema de pastejo rotacionado implica em intensificação do sistema de
produção. Desta forma fica claro que deve haver condições naturais ou
artificiais para se intensificar a produção de forragem. O produtor que optar pelo
pastejo rotacionado em sua propriedade deve entender que para intensificar a produção
algumas condições devem ser atendidas. A seguir comentaremos os principais pontos
a serem observados pelos produtores na implantação de um sistema de produção de
ovinos com pastejo rotacionado nas pastagens.
Volume
de chuvas
Para
se adotar o sistema de pastejo rotacionado a região deve apresentar precipitação
pluvial bem distribuída e em quantidade que permita o uso das pastagens em pelo
menos cinco meses do ano. Caso não haja tais condições climáticas deve se
avaliar a possibilidade do uso da irrigação.
É
importante que o produtor assuma que havendo baixa produção de forragem e principalmente
produção descontínua não haverá produção animal suficiente para pagar os custos
de implantação do sistema que é relativamente alto.
Fertilidade
do solo
Como
o uso do pastejo rotacionado se baseia em altas taxas de lotação animal, obviamente
que deverá ocorrer altas produções de forragem e obviamente grande remoção de
nutrientes, mesmo considerando a reposição vinda das fezes, urina e pasto não consumido.
Sendo assim, ao instalar tais sistemas, a análise do solo pré-implantação é obrigatória
para que se inicie o sistema em pastagens com altas produções.
Após
a implantação do sistema o acompanhamento da fertilidade do solo deve ser
constante, sendo aconselhado pelo menos uma análise de solo por ano em sistemas
que utilizam as pastagens apenas durante o período chuvoso e duas análises para
sistemas que utilizam as pastagens irrigadas e durante todo ano.
O
uso incorreto da adubação por falta de informações causa prejuízos que dariam
para pagar análises de solo por vários anos seguidos.
Vale
ressaltar que o sistema rotacionado implica em uso de adubação em doses muito
mais elevadas que o uso convencional. O uso desse sistema sem a correta
adubação só leva a um resultado: prejuízo.
Qualidade
dos animais
O
uso intensivo das pastagens não briga o uso de animais de alta linhagem genética.
Há de se entender, entretanto que esse sistema não se sustenta se for utilizada
com animais oriundos de raças de baixo desempenho ou animais sem padrão racial
definido, por não apresentarem potencial para ganhos de peso superiores.
Uso
de capins produtivos
Num
sistema de pastejo rotacionado intensivo deve se ter em mente que todas as exigências
da gramínea devem ser atendidas. Assim sendo o produtor deve, preferencialmente
excluir desse sistema alguns espécies que se adaptam bem às condições de
sequeiro e que apresentem baixa produtividade.
Dois
exemplos que podemos citar são os capins buffel (Cenchrus ciliaris) e o
corrente (Urochloa mosambisensis), os quais são excelentes para se
formar pastagens em regiões semiáridas, porém não apresentam produção
compatível com sistemas intensivos e irrigados.
A
seguir citaremos de forma simplificada algumas características que as gramíneas
devem apresentar para serem utilizadas em sistema de pastejo rotacionado intensivo.
1-
Em função de diminuir a infestação de helmintos (vermes), deve-se na medida do possível
utilizar gramíneas cespitosas (touceiras). Elas permitem uma maior insolação e
favorecem a inativação de larvas seja pela dessecação das larvas e ovos dos
helmintos.
2- A
gramínea deve apresentar porte de médio a baixo que permitem maior acesso dos
ovinos à forragem.
3-A
gramínea deve responder eficientemente à adubação, uma vez que nesse sistema se
preconiza uso de altas doses de adubo químico.
4- A
gramínea deve apresentar facilidade de propagação. Normalmente gramíneas que se
propagam por mudas apresentam custo de implantação mais elevado que aquelas que
se propagam por sementes. Ainda pode se destacar o ressemeio natural que ocorre
com estas espécies que garantem uma maior persistência no caso de ocorrer
acidentes como fogo, pragas ou na impossibilidade eventual de irrigação (regiões
semiáridas).
5- A
gramínea deve apresentar intensa rebrota após o pastejo para que se consigam
menores períodos de descanso.
6- A
gramínea deve apresentar elevado valor nutritivo e aceitação pelos animais.
Nas
condições do Nordeste brasileiro existem poucas espécies testadas efetivamente, basicamente
o capim Gramão e o Tanzânia foram estudados pela EMBRAPA-Caprinos.
Entretanto
em outras regiões, espécies como os Tifton, o capim Aruana, Coastcross, já
foram testados com relativo sucesso.
Conforme
citado anteriormente um grande entrave para o uso de algumas espécies é o
método de propagação. Espécies propagadas por mudas (gramão, coast-cross, tifton,
estrelas) tem dificultado a formação de áreas mais extensas.
O
produtor deve evitar o uso das gramíneas do gênero Brachiaria, uma vez que em
função do desenvolvimento de uma espécie de fungo nessas plantas tem sido observada
ocorrência de fotossensibilidade nos ovinos. Caso o produtor já tenha pastagens
com essas espécies deve se precaver para evitar os problemas com a fotossensibilidade.
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